Alma Fujona

Pela fresta do meu olho direito – que é torto – minha alma espia. Estica as vistas, assunta, feito uma loba desconfiada.
Procura companhia.
Aproveita-se de um soluço e sai boca afora, rápida como um raio. Salta para o mundo como se aqui fora fosse lugar de alma andar por aí.
Feito um bichinho, saiu se esgueirando pelas paredes, cheirando, tocando, olhando tudo com seus olhos, nariz, mãos de alma.
Louca que é, quis ouvir rock’n roll e valsa ao mesmo tempo. Dançou nua sobre os móveis, esparramou comida e roupas pelo chão. Assustou-se com o papagaio e esganou o coitado. Riu do cachorro bobo,mas ignorou o gato.
Rasgou meus livros, fez chuva de papel picado, como se fosse primeiro de janeiro em plena Paulista...
Bebeu, riu, se engasgou. Cansou-se rápido do mundo e quis voltar, quando já era noitinha.
De madrugada, lua alta, minha alma vem bem pra beirinha, fica toda na pontinha de mim, bem no gatilho da boca. Vira pele, pelo, saliva, ais e uis, só pra namorar você. Alma safada...

Comentários

  1. Que legal, prima!
    Esse primeiro de janeiro na Paulista eu ainda não conheço, recomenda? =]

    Beijo!

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  2. nus... tô inebriada...kkkk( se é q essa palavra se aplica aqui) De madrugada, lua alta, minha alma vem bem pra beirinha, fica toda na pontinha de mim, bem no gatilho da boca. Vira pele, pelo, saliva, ais e uis, só pra namorar você. Alma safada...adorei!!!!

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