Licença poética
Então me vejo aqui, meio sem entender essa história da mudança da ortografia ou sei lá o que seja isso. Meu coração continua fazer versos do mesmo jeito torto, na língua que conhece - a mesma que matou Camões, Pessoa, Bilac, Drummond e Quintana... Sobreviverei eu? Versos não se importam com isso. Falam numa linguagem própria, à parte da língua. Saberão esses senhores da mudança do que fala nossa dor? Conheceriam a nossa dor? Não sabem nada. Não são poetas. Nem me importa. Continuo eu, só do que sei. Corrijam-me. Venham atrás. Meus versos vão à frente. Falam de sentimento. Não de facilitar. Se eu quisesse facilitar, não faria versos. Faria equações matemáticas. (Falo por você, Quintana.)