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O Poema que perdeu a Rima

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A cada dia me perco um pouco mais neste labirinto sem nome. Mudo o curso, a roupa, a voz… mas não muda o fogo que me consome. Invento lendas, martirizo o corpo em chamas, troco lençóis, ensaio um drama de Kama… Desisto de fingir, insisto em não fugir. (A paixão não é razoável, mas arrasadora!) O labirinto assusta, mas é tudo que eu tenho. E volto a dar voltas em torno de mim, ad infinitum , sem achar as portas, as setas, o rumo, as rotas. (A espera não é razoável, mas arrasadora!) E, a cada dia, perco um pouco de mim… E vou me transformando assim, pouco a pouco, nesse poema que perdeu o salto, a razão e a rima…